A conceitoada leiloeira LEU NUMISMATIC AG, com créditos firmados há já algumas dezenas de anos e que promoveu a venda em hasta pública de algumas importantes coleções de moedas portuguesas, vai realizar no próximo dia 25 de outubro o seu primeiro leilão em sala, onde são apresentados 420 lotes com numária de ouro, prata e bronze pertencente ao Mundo Clássico (n.º 1-403), ao Império Bizantino (n.º 404-16), período das Cruzadas (n.º 416-17) e três exemplares dos famosos "paduanos" da autoria do artista renascentista Giovanni di Cavino, procedentes de uma coleção germânica de moedas gregas e da coleção maioritariamente de moeda romana pertencente a Yves Gunzenreiner, Diretor da Leu Numismatic.
Comecemos por destacar a elevada qualidade e raridade de uma boa parte dos lotes que irão a leilão e que poderemos comodamente observar no magnífico e luxuoso, de excepcional apresentação gráfica, com detalhadas e eruditas descrições das diversas moedas devidamente acompanhadas por fotografias de alta qualidade. O simples manuseio deste catálogo permite aos colecionadores e outros interessados pela numismática, verificar a complexidade, riqueza e elevada qualidade artística e estética da numária da Antiguidade Clássica.
Naturalmente, em leilões com este nível, não será difícil encontrar moedas excepcionais que mereçam ser destacadas: o belissimo estátero Agatócles, emitido em Siracursa, entre 317-06/5 a. C. (n.º 23), o magnífico tetradracma de Skione, de c. 480-70 a. C. (n.º 39), o numerário de ouro de Filipe II da Macedónia (n.º 43-8) e de Alexandre III, o Magno (n.º 57-8), os três exemplares de Larissa difíceis de obter no excelente estado de conservação aqui apresentado (n.º 65-7), as sempre valorizadas tetradracmas de Atenas (n.º 68-70). Já na esfera romana, despertaram a nossa atenção: o raríssimo medalhão de Antínoo (n.º 119), emitido em Sardes, em 131, o belo conjunto de denários republicanos e pré-imperiais (n.º134-61), onde sobressai o denário, muito procurado, de Júlio Caesar, representado como Ditador Perpétuo (n.º 157); do período imperial, as nossas preferências vão para o muito raro áureo de Augusto, estranhamente não registado na 2ª edição do volume I do RIC, provavelmente emitido em casa da moeda da Gália Narbonense ou Lugdunense, cerca de 19-18 a.C. (n.º 162), o valioso cistóforo de Cláudio I, cunhado em Éfeso, talvez em 41-2 (n.º 173), os raros áureos de Septímio Severo, praticamente à flor-do-cunho, produzidos em Roma no ano 193 (n.º 241) e 201 (n.º 244) e para os áureos de Galieno, de Roma, 263-64 (n.º 333), e de Póstumo, de Colónia, do início do ano 262 (n.º 341).
Como facilmente se constata, este leilão está repleto de motivos de interesse sobretudo para os amantes da numária da Grécia e da Roma Antigas e, por isso, recomendamos vivamente aos Senhores Associados a consulta do catálogo disponível na sede da Sociedade Portuguesa de Numismática, quanto mais não seja para terem o prazer de folhear esta magnífica publicação. Resta-nos felicitar a Leu Numismatik por mais esta iniciativa que deliciará os colecionadores de moeda da Época Clássica espalhados por todo o Mundo.
Rui Centeno
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