A Numisma S.A. realiza nos dias 27 e 28 de Fevereiro o leilão de número 140 com a Coleção Primavera. Esta venda será realizada em duas sessões, a primeira no dia 27 às 14:30 para os lotes 1 ao 471; e a segunda no dia 28 também as 14:30, para os lotes 472 a 981. Com este leilão, a Numisma retorna a venda de grandes coleções com uma significativa quantidade de peças a destacar pela qualidade que evidenciam. Como é habitual, a venda é feita pelas plataformas online “bidspirit” e “bidinside”, onde já é possível fazer lances aos lotes lá indicados.
De modo a inverter um pouco a estrutura normal doestes leilões, a primeira parte da coleção começa com papel moeda, apresentando um belo acervo de 150 lotes de notas, um lote de apólices do Real Erário (nº151), e 12 lotes de cédulas da Casa da Moeda (nºs 152 a 163). Para essa parte é necessário chamar a atenção aos lotes 1 e 2, o primeiro é uma nota de 50.000 réis, emitida em 11 de março de 1889, exemplar pertencente ao reinado de D. Luís I, da mais alta raridade, cuja estimativa vai de 7.000 a 10.000€, e está a leilão pelo valor base de 4.000€; o segundo lote, uma nota também de 50.000 réis, mas emitida em 26 de fevereiro de 1892 e portanto já do reinado de D. Carlos I, é também de alta raridade, com valor base também abaixo da metade da estimativa de venda. O lote 5, uma nota de 1 escudo, emitida em 29-11-1918, é também de grande raridade, enquanto os lotes 1 a 33 se destacam por serem papel moeda emitido por entidades não bancárias, uma curiosidade rara. Este grupo de notas inclui ainda papel moeda das antigas colónias portuguesas (enquanto colónias e depois da independência), emissões em escudos, além de notas estrangeiras.
Seguem-se lotes de livros (nºs 164 a 185) com bibliografia numismática diversa. Inicia-se, de seguida, os lotes de moedas com três lotes de emissões gregas e vários lotes hispano-romanos (189 a 213), que são moedas locais produzidas na Península Ibérica durante o final da República e início do Império Romano, muitas delas consideradas raras. Entre os lotes 214 e 247 estão as demais moedas romanas, que vão desde uma didracma e denários republicanos até bronzes tardo imperiais, e lotes com grupos de moedas diversas (245 a 247) que são sempre uma boa opção para um jovem colecionador. Há uma moeda bizantina em ouro (lote nº248), uma moeda dos Ostrogodos (lote 249) e 21 lotes de moedas muçulmanas, desde Al Hakam I ao 3º reinado com Al-Nasir Muhammad.
Começam então as moedas portuguesas no lote 271 com um morabitino de D. Sancho I em estado de conservação MBC+ e rara, uma peça exemplo da numária portuguesa. Seguem-se demais moedas de D. Sancho I e II, D. Afonso III, D. Dinis I, D. João I (lotes 283 a 288) cujo lote 283 é muito raro, um real de dez reais brancos “L” com sinal oculto a esquerda. D. João II aparece nos lotes 296 a 298, e o primeiro desses é um espadim de ouro raro com valor base de 5.000€. Para D Manuel I são apresentados lotes raros como o 299, e em excelente estado de conservação, como o 300. Entre os lotes 305 e 317 estão os lotes de D João III, seguidos pelos lotes de D. Sebastião I (318 a 321), duas moedas de D Filipe I, e sete lotes de D. João IV (324 a 331). Seguem-se a estes, lotes de D Afonso VI, D Pedro príncipe regente, D Pedro II, D João V, D. José I, e todos os monarcas seguintes até D Carlos I (lotes 391 a 401). Como se verifica, esta coleção é um bom exemplo da emissão monetária portuguesa, com quase todos os monarcas representados.
Ainda na primeira parte da coleção, estão as moedas dos Açores (lotes 402 a 411) e as emissões das antigas colónias portuguesas (412 a 471), entre as quais é preciso referir os lotes 412 e o 440 por serem moedas muito raras, a primeira, uma moeda de 6 macutas de 1762, emitida para Angola por D José I e a segunda é um quarto de tanga cunhada, em 1888, na Índia por D Luís I.
A segunda parte da coleção Primavera que vai à venda no dia 28 de fevereiro é composta por medalhas portuguesas e estrangeiras (lotes 472 a 558), amoedação estrangeira (lotes 559 a 731), moedas da República Portuguesa (lotes 732 a 847), seguidas por moedas e medalhas comemorativas de Portugal (lotes 848 a 975) e, finalmente, três tokens do Reino Unido (lotes 976 a 979), um lote com três selos pendentes em chumbo (nº980) e o lote 981, um pataco 1895 de curiosidade em barro vidrado. Destacamos nas moedas estrangeiras, belas peças em ouro da África do Sul (lotes 559 a 562), dos Estados Unidos da América (lotes 605 a 609), assim como diversos lotes com grupos de moedas de países vários que podem interessar jovens colecionadores e comerciantes. Estes lotes de grupos de moedas se repetem para as moedas da República Portuguesa (lotes 764 a 847), e também para as moedas e medalhas comemorativas, que merecem uma atenção especial.
Em suma, este catálogo que está disponível para consulta na sede da SPN, assim como online, apresenta um excelente conjunto de moedas de ouro de Portugal, para além de uma quantidade generosa de moedas diversas de grande raridade.
Alice Baeta
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