A 5 de dezembro próximo irá decorrer o 24º leilão da Numismática Leilões, na Sala Estúdio do VIP Grand Lisboa Hotel, em que serão levados à praça 1039 lotes, desde papel moeda e outros títulos (n.º 1-341), a moedas de Portugal e antigas colónias (n.º 343-449; 515-907), numária do Mundo Clássico (n.º 484-514) moeda estrangeira (n.º 450-9; 908-1039) e medalhas e condecorações (n.º 460-9), até diversos lotes de objetos não numismáticos (n.º 470-83). O catálogo, de boa aparência gráfica, apresenta uma descrição cuidada dos respetivos lotes, ilustrando uma boa parte.
Como é habitual nos leilões realizados em território nacional, a numária portuguesa é preponderante quer pela qualidade, quer pela quantidade dos lotes, já referenciada no parágrafo anterior. É evidente que num conjunto tão numeroso e diversificado de lotes o colecionador encontrará sempre um número maior ou menor de peças que lhe interessarão mas, naturalmente, aparecem sempre nestas vendas públicas lotes de grande qualidade, raridade ou mesmo inéditos que merecem um reparo particular.
Estão neste caso, duas cédulas de Portel e "Cezimbra" (n.º 89 e 98) não registadas nos catálogos da especialidade ou nota de Macau, de 100 Patacas 1966, peça rara, ainda que aqui em estado de conservação BC (n.º 220), bem como, entre as condecorações, a belissima placa da Ordem de Cristo (n.º 465). Entre a moeda metálica, comecemos pelo bonito áureo romano de Trajano (n.º 502), cunhado em Roma no ano 116 (RIC II 368; BMCRE II 586; Hill 697) e, entre o numerário de portugal e colónias: uma barbuda do Porto, de D. Fernando I (n.º 516), o cruzado de João II, em invulgar estado de conservação (n.º 533), um bom conjunto de lotes de moeda de ouro joanina (n.º 567-93), com realce para o raro e apreciado dobrão de 1724 M (n.º 575), secundado pelo 1/2 dobrão de 1726 M (n.º 574) e pelas duas dobras de 1729 M e 1731 M (n.º 592-3); D. João VI e D. Miguel I estão bem representados, respetivamente, por rara 1/2 peça de 1821 (n.º 638) e outra bela peça de 1830 (n.º 644).
Quanto aos antigos territórios ultramarinos, a nossa atenção recaiu, para Angola, nas 12 macutas de D. José, de 1763 (n.º 825) e, especialmente, no ensaio de 1/2 macuta de D. Miguel I, de 1831, de que se conhecem apenas3 exemplares (n.º 827) e, para o Brasil, no 4.000 Réis, de D. João Príncipe Regente, de 1816 (n.º 851), e no pequeno conjunto de numerário indo-português, muito apreciado entre os colecionadores nacionais e internacionais (n.º 861-71). O leilão encerra com um conjunto de moeda estrangeira (n.º 908-1039), onde dominam as populares "libras de ouro" sempre muito procuradas pelos aforradores.
Esta é mais uma iniciativa de inegável importância para o colecionismo, que merecerá toda a atenção da comunidade numismática nacional e estrangeira, cumprindo-nos, por isso, felicitar e desejar a continuação do maior sucesso à Numismática Leilões.
Rui Centeno
< voltar