No dia dois de setembro, o Portal Institucional da região da Sicília divulgou um achado monetário na Acrópole da Ilha de Pantelleria, na Sicília. Este conjunto de 27 denários republicanos foi datado entre 94 e 74 a.C. e foi descoberto durante uma intervenção de limpeza e restauro feita na Acrópole e dirigida pelo arqueólogo Thomas Schaefer da Universidade de Tübingen, na Alemanha. Segundo o arqueólogo, algumas das moedas apareceram dispersas após as chuvas, as outras foram encontradas debaixo de uma pedra durante as escavações e já foram limpas e inventariadas.
Este achado foi feito no mesmo local em que no ano de 2010 foram encontradas 107 moedas de prata, sem cronologia divulgada; em outra região da ilha também já foram encontradas as cabeças das estátuas imperiais de César, Agripina e Tito.
"Essa descoberta, para além do valor intrínseco dos achados, oferece informações valiosas para a reconstrução dos eventos, os contatos de comércio e as relações políticas que marcaram o Mediterrâneo na era republicana", disse Francesco Paolo Scarpinato, funcionário local de herança cultural.
Este interessante sítio arqueológico integra o Parque Arqueológico de Selinunte, Cave di Cusa e Pantelleria, onde se realizam campanhas de escavação há mais de 25 anos, permanecendo praticamente intacto, sem quaisquer intervenções de saqueadores. Os trabalhos arqueológicos revelaram um “comitium onde se reuniam os decuriões: só existem cinco em toda a Itália e este é o que está em melhores condições”, como afirma o arqueólogo Thomas Schäfer.
A equipa de arqueólogos teoriza que o conjunto monetário foi escondido durante algum ataque de piratas da época: nesses anos, de facto, estava em curso no Mediterrâneo a campanha de Gnaeus Pompeius Magnus, que, por ordem do Senado romano, combateu e destruiu as enormes frotas de piratas. Os ataques às aldeias da costa eram frequentes e é fácil imaginar que alguém tenha escondido o tesouro aquando da chegada dos navios, para nunca mais o poder recuperar.
Alice Baeta
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