Em 12 de dezembro, a partir das 11:00 Horas, decorrerá em Lisboa, no Jupiter Lisboa Hotel, o leilão 116 da Numisma Leilões, em que irão à praça 628 lotes de moedas gregas, romanas, hispânicas, visigodas e, naturalmente, de Portugal e do estrangeiro, assim como um assinalável conjunto de medalhas. Esta venda pública inclui um consideravel números de exemplares de alta raridade. para além de a generalidade dos lotes se apresentar em estado de conservação de nível elevado, facto que deve ser anotado, considerando a tendência cada vez maior, da parte dos colecionadores, por exemplares em estados de conservação superiores.
O início do leilão é marcado por um conjunto de lotes de moeda da Antiguidade Clássica (1-53), seguido por um seleto grupo de moedas hispânicas (54-64), todas presumivelmente cunhadas no território que hoje é Portugal, onde pontificam alguns exemplares que, de quando em quando, aparecem no mercado, mas não no estado de conservação que estes evidenciam, sendo os nossos preferidos, o lote 57, uma rara e bem conservada moeda de Cilpes, e o lote 64, um asse de Osonuba em invulgar estado de conservação, peça que despertará particular atenção aos aficionados pela numária da Hispãnia.
A numismática portuguesa (68-71) está também bem representada por um copioso naipe de moedas de grande qualidade e raridade, de difícil escolha mas as nossas preferências vão para: a sempre procurada numária doas três primeiros reis portugueses (68-70); as emissões fernandinas, em especial, as raras e valorizadas cunhagens da Corunha (93 e 102), de Milmanda (95-6 e 109), Samora (92 e 106) e Tui (103); o real de 10 soldos, L, IHAS (114), de D. João Regedor e Defensor do Reino, também deve ser referido, certamente, pela raridade mas, sobretudo, pelo excecional estado de conservação que evidencia; o muito raro tostão D-G, de D. Manuel I (170) e o cruzado Calvário, R-L, de D. João III (190) são dois lotes que estarão na miras dos grandes colecionadores; a partir de D. Pedro II começa a destacar-se a presença da amoedação de ouro, sobretudo de D. joão V (289-307), D. José I (318-28) e D.Maria I (329-39), numária que tem muitos apreciadores.
A numismática da antigas colónia portuguesas também está bem representada, com destaque para a Índia portuguesas, onde deparámos com verdadeiras preciosidades: de Angola devem referir-se os exemplares de 10 macutas de 1762 (376) e de 1/4 de macuta de 1771 (383), de D. José I, em elevado estado de conservação; da Índia são muitos os lotes raros e valiosos, como a 1/2 tanga, G-A/M-A, de D. Filipe I (409), o único conhecido patacão de 1631, G-A, de D. Filipe III (412), o S. Tomé de 5 xerafins 1680, G-A, de D. Afonso VI (423), a rara rupia de 1726, de D. João V (426), o S. Tomé de 2 xerafins 1766, de D. José I (437), o S. Tomé de 4 xerafins 1803, de D. Maria I (450) e, enfim, a raríssima peça de 12 xerafins 1840, de D. Maria II (461) que nos parece ser o exemplar que pertenceu à afamada coleção de J. Meili, leiloada em Amesterdão, em 23 de maio de 1910, correspondendo ao n.º 1836 do respetivo catálogo de venda (os pesos referidos nos catálogos da Schulman e da Numismas, 4,9 gramas, também são coincidentes), publicado pela histórica leiloeira J. Schulman; de Moçambique os nossos lotes preferidos são os de 2 1/2 e 1 1/4 meticais, de D. Maria II (476 e 477).
O leilão prossegue com um bom conjunto de lotes de moeda estrangeira (480-504), onde o ouro é preponderante, encerrando um expressivo grupo de medalhas, repartidas por medalhas religiosas (505-34), medalhas portuguesas (535-98) e papais (599-628), peças que animarão o importante sector do colecionismo numismático, que parece estar em fase de ressurgimento.
Uma palavra ainda para o catálogo impresso deste leilão que parace cofirmar a adoção do novo formato e aspeto gráfico introduzido no leilão n.º 114, apresentando fotos ampliadas, com grande qualidade, dos lotes de maior relevância. Detetámos apenas um lapso no catálogo, na pág. 40, lote n.º 231, correspondente a um Tostão, Lisboa, 1º tipo, de D. Sebastião, onde se apresenta a foto repetida do lote n.º 223, um vintém, R-P, Porto, de D. João III.
O nosso agradecimento à Numisma Leilões por mais esta iniciativa, a quem endereçamos as nossas felicitações e os votos dos maiores sucesso, a bem da Numismática Nacional.
Rui Centeno
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