NUMISMA LEILÕES n.º 115, dia 11 de outubro de 2018

Segunda-feira, 08 de Outubro de 2018
NUMISMA LEILÕES n.º 115, dia 11 de outubro de 2018

É já no próximo dia 11 de outubro, a partir das 10:30 Horas, que a conceituada empresa Numisma Leilões  vai organizar o seu centésimo décimo quinto leilão em Lisboa (a decorrer no Jupiter Lisboa Hotel, Avenida da República, 46), em que serão  leiloados 724 lotes de moedas do Mundo Clássico, de Portugal e estrangeiras, bem como um assinalável conjunto de medalhas e diversa bibliografia numismática. Como título do leilão sugere —"Moedas de ouro de Portugal e Estrangeiras. Coleção Príncipe Real"—, é muito significativo o número de lotes de moeda de ouro, sendo algumas de grande raridade.

Nesta notícia cabe ainda uma referência ao catálogo impresso do leilão em apreço que segue o novo formato e aspeto gráfico introduzido no leilão n.º 114, mas significativamente melhorado, apresentando agora úteis fotos ampliadas dos lotes mais importantes e os títulos separadores das diferentes númárias, retomando-se assim uma boa tradição dos anteriores catálogos publicados pela Numisma Leilões. Em nossa opinião, o único ponto menos positivo do catálogo reside na não reprodução à escala 1:1 das fotos das moedas, talvez explicada pela opção de ilustrar quase todos os lotes, o que seria difícil de compatibilizar com uma apresentação das fotos à escala natural, considerando as limitações de espaço para fotos no novo arranjo gráfico.

O leilão abre com um extenso núcleo de moedas da República e do Império Romano (n.º 1-114), merecendo aqui uma palavra particular, algumas dos áureos, como o de Augusto com Caio e Lúcio Césares no reverso (n.º 14), o do apreciado imperador Trajano (n.º 24) e bonito exemplar de Marco Aurélio (n.º 31). Os aficionados pela numária romana têm ainda a possibilidade de licitar mais de cinco dezenas de lotes com diversas moedas, em geral, em bom estado de conservação (n.º 55-110).

A moeda visigoda também está bem representada com 29 lotes, onde se destaca o raríssimo e muito bem conservado triente de Suintila (621-31), cunhado na cidade de Bracara (lote n.º 135). Este exemplar com busto no anverso e reverso do tipo "Hispalense A", da tipologia estabelecida por Ruth Pliego (La moneda visigoda, I, Sevilha, 2009, pág. 161), apresenta, respetivamente as legendas +SVINTILA REX e BRACARA PIVS (todos os "A" sem travessão e o "S" de Pivs deitado), combinação não registada em qualquer das obras de referência sobre moeda visigoda (Miles, CVS; Cores, CNV; e Pliego, MV). Tal circunstância é reveladora da excepcional raridade e interesse desta moeda que, espera-se, venha enriquecer alguma coleção pública ou privada nacional.

A numária portuguesa que, naturalmente, o maior peso neste leilão (n.º 144-510), abre com um belo morabitino de Sancho I (n.º 144), logo seguido por um bom conjunto de espécimes das diferentes dinastias, onde a moeda de ouro tem um papel relevante. Entre o material da 1ª dinastia os nossos destaque vão para algumas moedas do reinado de Fernando I, como os dois torneses de escudo M (n.º 161) e Ç-A (n.º 162), a barbuda PORT (n.º 171) e a meia barbuda M (n.º 176); já na 2ª dinastia o realce vai para o espadim ou meio justo de João II (n.º 215), exemplar muito raro e em muito bom estado de conservação, assim como o meio São Vicente PO de João III (n.º 232) e os 500 reais (coroa fechada) de Sebastião I (n.º 252).

A magestosa numária joanina  marca o início da 2ª sessão desta venda pública com um invulgar conjunto de exemplares: uma soberba dobra de 1730 B (escudo itálico) (n.º 302), secundada por dobrões de 1725/6/7 M (n.º 296-99), de algumas outras dobras raras de 1727 B (n.º 301), 1729 R (n.º 307) e 1730 R (data emendada 30/29) (n.º 302), em elevado estado de conservação.

Mas os aficionados na numária (sobretudo de ouro) da 4ª dinastia têm ainda ao dispor outros lotes de grande qualidade, do reinado de José I (as peças dos lotes 346-49), de Maria I e Pedro III (a rara meia peça de 1780 B, lote 361; ou uma curiosa peça de platina, 1778 R, lote 362), de João VI a fantástica peça de 1820, lote 385) e de D. Maria II (a peça de 1833, lote 402; o dobrão de 1726 M contramarcado com o escudo coroado, lote 406). Os lotes repeitantes à numismática nacional encerram com um núcleo de lotes com moeda diversa da Monarquia e da República, cuja presença é sempre aliciante para quem se está a iniciar neste tipo de colecionismo.

Um grupo de lotes reservados a moedas da Ordem de Malta (n.º 511-21) e estrangeiras (n.º 522-41), em ouro, antecedem um extenso conjunto de medalhas (n.º 542-704) religiosas, militares e comemorativas, portuguesas e estrangeiras, sendo o lote n.º 577 o nosso preferido, com uma estimanda medalha de prata, dedicada pela cidade do Porto a D. João, Príncipe Regente, no ano de 1799. O leilão termina com uma seleta bibliografia numismática a preços-base muito acessíveis (n.º 705-24).

Umas palavras finais de apreço e de felicitações à Numisma Leilões por esta nova iniciativa que vem contribuir para animar o mercado numismático nacional.

Rui Centeno

 


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